O UNSP - SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO BRASIL, VEM INFORMAR A TODOS OS NOSSOS SERVIDORES DE SANTA GERTRUDES QUE ENVIOU UM OFÍCIO AO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DESSA CIDADE, PEDINDO UMA REUNIÃO COM URGÊNCIA. O ASSUNTO É REFERENTE A LEI ORGÂNICA E O CAPÍTULO SOBRE O SERVIDOR MUNICIPAL. ESSE OFÍCIO FOI PROTOCOLADO NO DIA 02 DE JUNHO E AGUARDA UMA RESPOSTA DOS NOSSOS LEGISLADORES DO MUNICÍPIO.."





sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

EDITAL DE PUBLICAÇÃO

EDITAL DE PUBLICAÇÃO
RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL EXERCÍCIO 2009.
Diário Oficial da União


UNSP – SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES PUBLICOS CIVIL DO BRASIL – CONTRIBUIÇÃO SINDICAL 2009 - O Presidente da UNSP – Sindicato Nacional, no uso de suas atribuições estatutárias e atendendo o que dispõe o artigo 605 da CLT, COMUNICA aos entes das Administrações Públicas, direta, indireta, fundacionais, autarquias e Câmaras Municipais, que deverão descontar, na folha de pagamento de seus servidores/empregados públicos, relativa ao mês de Março do corrente ano, a CONTRIBUIÇÃO SINDICAL prevista no artigo 582 da CLT, com a observância, ainda, da Instrução Normativa 01/2008 do MTb, ainda, dos demais artigos do Capitulo III da CLT e da Portaria nº 488, de 23/11/2005, do MTb, publicada no D.O.U. de 24/11/2005, que aprova o novo modelo e instruções de preenchimento da Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana – GRCSU. A importância a ser descontada deverá corresponder a 1/30 (um trinta avos) da remuneração de cada um de seus empregados/servidores, sindicalizados ou não, percebidos no mês de março do corrente ano (ART. 580, inciso I), e o seu recolhimento deverá ocorrer no mês de Abril de 2009, nos estabelecimentos financeiros credenciados, em nome do respectivo Sindicato representativo dos servidores; caso haja sindicato de categoria na base local; permaneça o que determina a lei sobre a unicidade sindical. Os valores deverão ser realizados através do Código Sindical nº 013.000.03115-3, com a posterior remessa dos seguintes documentos; 1) relação nominal dos empregados/servidores públicos contribuinte, indicando da função e salário percebidos no mês do desconto com o respectivo valor recolhido; 2) GRCSU – Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana, devidamente quitadas, correspondente. São Paulo/SP 20 de Fevereiro de 2009. Sebastião Soares da Silva – Presidente.

Confirmada para 2 de março, no Rio, Plenária Nacional da Campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso!

Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br)

Assim que o carnaval passar, coloque na agenda, como tarefa prioritária: dia 2 de março, de 9h às 18h, vai acontecer a II Plenária Nacional da Campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso, no Rio. A infraestrutura será garantida pelos sindicatos da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP). Representantes de todas as entidades que já estão inseridas nesta luta estarão representadas neste importante evento, que tomará a forma de um seminário, com debates em torno de uma pauta pré-estabelecida e uma relatoria final. Em breve, divulgaremos a pauta. Na I Plenária, em São Paulo , foram debatidas questões mais imediatas, como a Jornada de Lutas contra a 10ª Rodada de Licitação do Petróleo ( 14 a 18/12/08). Também foram traçados os pontos consensuais da campanha. A defesa da soberania nacional, a mudança da atual legislação do petróleo e a luta pela volta do monopólio estatal e pela reestatização da Petrobrás foram pontos debatidos. Neste segundo momento, no Rio, o objetivo é dar mais organicidade à campanha, visando à conquista dos nossos objetivos, para que as riquezas provenientes da exploração do petróleo sejam revertidas em benefício do povo brasileiro. Também serão implementadas formas de expandir a campanha, para alcançar amplos setores da sociedade, o que envolve a produção de cartilhas, vídeos e outros materiais. A convocatória para participação na plenária está a cargo das entidades que compõem o Coletivo Operativo Nacional: Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Federação Única dos Petroleiros (FUP), CUT, Conlutas, Intersindical, CTB, PCB, Conam, MST, MAB, Assembléia Popular, Consulta Popular, Jornal Brasil de Fato e o Fórum contra a Privatização do Petróleo e Gás/RJ (que engloba várias entidades regionais). A II Plenária Nacional da campanha irá ocorrer na sede do Sindipetro-RJ, na Av. Passos, 34, centro do Rio, próximo à Praça Tirandentes.
Mais informações com a assessoria do Sindipetro-RJ (21-3852-0148) ou com a Agência Petroleira de Notícias (21-3852-0148 r.232).

1º Encontro Estadual Da Unidade Classista

1º Encontro Estadual Da Unidade Classista
Dia 7 de março 2009
Local: Químicos Unificados de Vinhedo
(Rua José Mateus Sorbinho, 494, Vinhedo)
das 9 horas às 17 horas
Maiores informações com:
Renato (19) 9746-5852 - nuccijr1@yahoo.com.br
Igor (11) 9459-4043 - igrabois@itelefonica.com.br
Magrão (11) 8959-1373 -
walbermonteiro@yahoo.com.br
Providenciaremos alojamento para os companheiros
Que vierem de regiões mais distantes.
Favor avisar com antecedência.

Os 40 anos do Decreto 477/69 serão lembrados na OAB

Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br)

A Comissão de Anistia, juntamente com a OAB/RJ, Reitores e Entidades Docentes e Discentes, promoverá um ato público no dia 27, sexta, a partir das 10 horas, na sede da OAB, no Rio, em homenagem aos estudantes e professores atingidos pelo Decreto 477/69, durante a ditadura militar. O Decreto 477, editado em 26 de fevereiro de 1969, foi responsável pela prisão e afastamento da universidade de estudantes e professores que ousavam desafiar os limites impostos pela ditadura militar à liberdade de pensamento. Seu texto enfatizava: 'Comete infração disciplinar o professor, aluno, funcionário ou empregado de estabelecimento de ensino público ou particular que: I - Alicie ou incite a deflagração de movimento que tenha por finalidade a paralisação de atividade escolar ou participe nesse movimento; II - Atente contra pessoas ou bens, tanto em prédio ou instalações, de qualquer natureza, dentro de estabelecimentos de ensino, como fora dele; III - Pratique atos destinados à organização de movimentos subversivos, passeatas, desfiles ou comícios não autorizados, ou dele participe; IV - Conduza ou realiza, confeccione, imprima, tenha em depósito, distribua material subversivo de qualquer natureza; V - Seqüestre ou mantenha em cárcere privado diretor, membro do corpo docente, funcionário ou empregado de estabelecimento de ensino, agente de autoridade ou aluno; VI - Use dependência ou recinto escolar para fins de subversão ou para praticar ato contrário à moral ou à ordem pública.'Alguns itens, bastante subjetivos, abriam espaço para que perseguições e atrocidades sem limites fossem cometidas nos muros das universidades, muitas vezes transformadas em locais propícios à deduragem, espionagem, perseguições e terror. Professores e estudantes que foram atingidos pelo 477 serão homenageados pela Comissão de Anistia da OAB. Às 11 horas, será realizado julgamento especial de processos de anistia política de pessoas atingidas pelo referido Decreto.

Deficitário, FAT não tem dinheiro para ampliar seguro-desemprego

TCU alertou órgão para evitar o déficit; ministro Lupi (Trabalho) diz que este ano ainda dá para fazer desembolso.

Ribamar Oliveira, BRASÍLIA.
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) não tem condições financeiras para custear as despesas decorrentes de uma ampliação do seguro-desemprego para até dez parcelas, segundo avaliação da área técnica do governo. Essa ampliação, cuja possibilidade foi admitida no início do mês pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, teria de ser bancada com recursos adicionais do Tesouro ou pela redução ou eliminação dos empréstimos do FAT ao setor produtivo. Entenda o que significa o Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Por causa da crise, as centrais sindicais reivindicam o aumento das parcelas do seguro-desemprego, que hoje é pago em até cinco meses. Para custear a ampliação para até sete parcelas aos trabalhadores dos setores mais afetados pela crise, já decidida pelo governo no início deste mês, a lei permite que o FAT lance mão, por semestre, de até 10% de suas reservas técnicas, que hoje estão em torno de R$ 11 bilhões.O FAT paga o seguro-desemprego, o abono salarial e destina recursos para a qualificação profissional e para empréstimos aos setores produtivos (os chamados "depósitos especiais"), com o objetivo de aumentar a oferta de empregos. O Fundo é mantido com recursos das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor (Pasep). A avaliação técnica é que o FAT está à beira do colapso, pois as despesas estão crescendo em ritmo mais acelerado do que as receitas.No dia 11, o Conselho Deliberativo do FAT (Codefat) liberou uma linha especial de crédito de R$ 200 milhões para capital de giro de agências de veículos usados. O segmento foi o que sofreu o maior impacto da atual crise no setor automotivo e a linha foi mais uma medida do governo para tentar conter o aumento do desemprego. A nota técnica 89/2008, elaborada pela coordenação-geral de recursos do FAT, órgão ligado à Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério do Trabalho, informa que o programa vai apresentar em 2010, pela primeira vez em sua história, um déficit operacional de R$ 497,2 milhões. Ou seja, as despesas serão maiores que todas as receitas resultantes das remunerações das aplicações. A nota diz que o déficit será crescente e atingirá R$ 4,3 bilhões em 2012. Esse "rombo" anual terá de ser coberto pelo Tesouro ou pela devolução pelos bancos dos "depósitos especiais". As projeções da nota técnica foram feitas antes da decisão de pagar o seguro-desemprego em até sete parcelas e com base numa previsão de crescimento da economia de 3% este ano e de 4% em 2010. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, nega que o FAT vá enfrentar dificuldades para financiar a ampliação das parcelas do seguro-desemprego, mesmo que seja para dez meses. "Eu diria que este ano dá sim, pois o Fundo tem um patrimônio de R$ 160 bilhões." Mas ele admite que podem ocorrer problemas no futuro. "É claro que, se o desemprego se agravar muito e a ampliação das parcelas for generalizada, para todos, haverá dificuldades."Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), no acórdão nº 1.817, de agosto de 2008, recomendaram que o Codefat estabeleça medidas para evitar o déficit. O TCU considerou ser de "extrema gravidade" a situação apresentada pelo Fundo.A Constituição determina que 40% da receita do PIS e do Pasep sejam destinados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que usa os recursos no financiamento de projetos destinados a criar empregos. Além disso, as receitas do PIS e do Pasep são reduzidas em 20% por conta da DRU (mecanismo de Desvinculação das Receitas da União), antes de serem destinadas ao FAT. O ministro do TCU, André Luis de Carvalho, constatou que o crescimento das despesas e a diminuição das receitas do FAT decorrem de questões estruturais, como o aumento real do salário mínimo, a elevação do emprego formal e a incidência da DRU sobre a arrecadação. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, a estimativa da área técnica é de que as receitas do FAT crescerão 61,2% de 2007 a 2012, enquanto as despesas aumentarão 96,9% no mesmo período.A solução mais simples seria a redução das despesas com o seguro-desemprego e o abono salarial. Mas o governo descarta essa hipótese. Outra saída seria elevar as alíquotas do PIS e do Pasep, mas, como a sociedade não aceita mais o aumento da carga tributária, o governo está discutindo alternativas. Nos bastidores, Lupi trava uma queda de braço com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que o governo aceite eliminar os 20% da DRU sobre o PIS e o Pasep. Lupi quer também alterar a contabilidade do Fundo para lançar como investimento, e não despesas, os 40% dos recursos destinados ao BNDES. Com isso, Lupi diz que o FAT seria superavitário.Em resposta ao TCU, o presidente do Codefat, Luiz Fernando de Souza Emediato, sugeriu medidas de ajuste, entre elas a alteração do critério de concessão do abono salarial. Hoje, os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos têm direito ao abono. Emediato propôs que o abono seja apenas para quem tem renda de um salário mínimo. A proposta daria uma economia de R$ 3 bilhões por ano. Emediato diz que essa medida foi discutida com as centrais sindicais no processo de negociação da proposta de recuperação do poder de compra do salário mínimo. Segundo ele, as centrais concordam.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

COLETIVO DE MULHERES ANA MONTENEGRO

ATO DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES
8 DE MARÇO DE 2009
(Domingo)
NÓS NÃO VAMOS PAGAR POR ESSA CRISE!
MULHERES LIVRES! POVOS SOBERANOS!
CONCENTRAÇÃO: 10 HORAS na Praça Oswaldo Cruz (na avenida paulista)
Ato final no Monumento às Bandeiras (Ibirapuera)

Comissão Organizadora do 8 de março

Sindicatos unem útil ao agradável, protestando com bom humor no carnaval. Direto do Rio de Janeiro

Fonte: Agência Petroleira de Notícias
Os sindicalistas vão trocar as assembléias e as portas de fábrica pelos blocos, durante o carnaval. Mas quem pensa que esses foliões militantes vão se esquecer do dever de casa, se engana. Unindo o útil ao agradável, os protestos contra a crise, a perseguição aos trabalhadores, o descaso com os aposentados e a criminalização dos movimentos sociais continuam nas Festas de Momo, porém com muita fantasia e bom humor. Quem quiser conferir, pode escolher, no próximo dia 20, sexta, e se inserir num desses blocos, superengajados. Os ativistas do Fórum contra a Privatização do Petróleo e Gás vão estar presentes, com suas camisas vermelhas e faixas. 'Lula tira a mão do nosso bolso'Às 15h, na Candelária, começa a se concentrar o Bloco dos Aposentados, organizado pela Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro. O desfile está previsto para começar às 17h. A camisa do bloco está à venda na Federação, na Rua Riachuelo, 373-A, no centro do Rio, ao preço de R$ 10. O telefone de contato é (21) 2507-2455. A música de Rochinha, Bira da Rede e Alcir critica o corte de direitos dos aposentados no governo Lula. Num dos versos da marchinha, os compositores clamam: "Lula, tira mão do nosso bolso!"'Vestiu uma camisinha listrada e saiu por aí'O Bloco dos Bancários "Vestiu uma camisinha listrada e saiu por aí". Esse é enredo que vai desfilar na Avenida Rio Branco, no próximo dia 20, sexta, animado pela bateria da Unidos da Tijuca. A concentração também será na Candelária, a partir das 16h. Pelo jeito, aposentados e bancários vão acabar sambando juntos. O samba, assinado por José Paulo Walter Alverca, Jorge Reis, Elida, Marcelo Estabile e César Fadel, convoca: "Bota a camisinha e vem pra cá/ Que o bloco dos bancários vai passar/Bota a camisinha que eu quero o ano inteiro/Saúde, trabalho, dinheiro/" 'O Sintrasef bota a crise pra sambar'O já tradicional Boca que Fala, do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sintrasef), concentra-se sob os pilotis do Palácio Gustavo Capanema (prédio do MEC), na esquina da Rua Araujo Porto Alegre com a Avenida Graça Aranha. A partir das 17 horas, do dia 20/2, sexta-feira, a batucada começa e vai até onde o fôlego alcançar e as sandálias resistirem. Esse ano, o tema é "O Sintrasef bota a crise pra sambar".Confira a lista completa dos principais blocos da cidade, até 1º de março, quando o carnaval se encerra com o desfile do Monobloco, em Copacabana, na página da Agência Petroleira de Notícias. www.apn.org.br

"Solução neokeynesiana e novo Bretton Woods são fantasias"

Em entrevista à revista inglesa Socialist Review, István Mészàros, um dos principais pensadores marxistas da atualidade, analisa a crise econômica mundial e critica aqueles que apostam que ela será resolvida trazendo de volta as idéias keynesianas e a regulação.
"É uma fantasia que uma solução neo-keynesiana e um novo Bretton Woods resolveriam qualquer dos problemas dos dias atuais", defende Mészàros. Para ele, estamos vivendo a maior crise na história humana, em todos os sentidos.

Judith Orr e Patrick Ward - Socialist Review
Data: 07/02/2009

Em 1971 István Mészàros ganhou o Prêmio Deutscher pelo seu livro A Teoria da Alienação em Marx e desde então tem escrito sobre o marxismo. Em janeiro deste ano, ele conversou com Judith Orr e Patrick Ward, da Socialist Review, sobre a atual crise econômica.
Socialist Review: A classe dominante sempre é surpreendida por crises econômicas e fala delas como fossem aberrações. Por que você acha que as crises são inerentes ao
capitalismo?
István Mészàros – Eu li recentemente Edmund Phelps, que ganhou o Prêmio Nobel de Economia, em 2006. Phelps é um tipo de neokeynesiano. Ele estava, é claro, glorificando o capitalismo e apresentando os problemas atuais como apenas um contratempo, dizendo que "tudo o que devemos fazer é trazer de volta as idéias keynesianas e a regulação."
John Maynard Keynes acreditava que o capitalismo era ideal, mas queria regulação. Phelps estava reproduzindo a idéia grotesca de que o sistema é como um compositor musical. Ele pode ter alguns dias de folga nos quais não pode produzir tão bem, mas se você olhar no todo verá que ele é maravilhoso! Pense apenas em Mozart – ele deve ter tido o velho e esquisito dia ruim. Assim é o capitalismo em crise, como dias ruins de Mozart. Quem acredita nisso deveria ter sua cabeça examinada. Mas, no lugar de ter sua cabeça examinada, ele ganhou um prêmio.
Se nossos adversários têm esse nível de pensamento – o qual tem sido demonstrado, agora, ao longo de um período de 50 anos, não é apenas um escorregão acidental de economista vencedor de prêmio – poderíamos dizer, "alegre-se, esse é o nível baixo do nosso adversário". Mas com esse tipo de concepção você termina no desastre de que temos experiência todos os dias. Nós afundamos numa dívida astronômica. As dívidas reais neste país (Inglaterra) devem ser contadas em trilhões.
Mas o ponto importante é que eles vêm praticando orgias financeiras como resultado de uma crise estrutural do sistema produtivo. Não é um acidente que a moeda tenha inundado de modo tão adventista o setor financeiro. A acumulação de capital não poderia funcionar adequadamente no âmbito da economia produtiva.
Agora estamos falando da crise estrutural do sistema. Ela se extende por toda parte e viola nossa relação com a natureza, minando as condições fundamentais da sobrevivência humana. Por exemplo, de tempos em tempos anunciam algumas metas para diminuir a poluição. Temos até um ministro da energia e da mudança climática, que na verdade é um ministro do lero lero, porque nada faz além de anunciar uma meta. Só que essa meta nunca é sequer aproximada, quanto mais atingida. Isso é uma parte integral da crise estrutural do sistema e só soluções estruturais podem nos tirar desta situação terrível.
SR - Você descreveu os EUA como levando a cabo um imperialismo de cartão de crédito. O que você quer dizer com isso?
IM – Eu lembro do senador norte-americano George McGovern na guerra do Vietnã. Ele disse que os EUA tinham fugido da guerra do Vietnã num cartão de crédito. O recente endividamento dos EUA está azedando agora. Esse tipo de economia só avança enquanto o resto do mundo pode sustentar sua dívida.
Os EUA estão numa posição única porque tem sido o país dominante desde o acordo de Bretton Woods. É uma fantasia que uma solução neokeynesiana e um novo Bretton Woods resolveriam qualquer dos problemas dos dias atuais. A dominação dos EUA que Bretton Woods formalizou imediatamente depois da Segunda Guerra era realista economicamente.
A economia norte-americana estava numa posição muito mais poderosa do que qualquer outra economia do mundo. Ela estabeleceu todas as instituições econômicas internacionais vitais com base no privilégio dos EUA. O privilégio do dólar, o privilégio aproveitado pelo Fundo Monetário Internacional, pelas organizações comerciais, pelo Banco Mundial, todos completamente sob a dominação dos EUA, e ainda permanece assim hoje.
Não se pode fazer de conta que isso não existe. Você não pode fantasiar reformas e regulações leves aqui e acolá. Imaginar que Barack Obama vai abandonar a posição dominante de que os EUA dispõe, nesse sentido – apoiada pela dominação militar – é um erro.
SR – Karl Marx chamou a classe dominante de "bando de irmãos guerreiros". Você acha que a classe dominante vai trabalhar junta, internacionalmente, para encontrar uma solução?
IM – No passado o imperialismo envolveu muitos atores dominantes que asseguraram seus interesses mesmo às custas de duas horrendas guerras mundiais no século XX. Guerras parciais, não importa o quão horrendas são, não podem ser comparadas ao realinhamento do poder e da economia que seria produzido por uma nova guerra mundial.
Mas imaginar uma nova guerra mundial é impossível. É claro que ainda há alguns lunáticos no campo militar que não negariam essa possibilidade. Mas isso significaria a destruição total da humanidade.
Temos de pensar as implicações disso para o sistema capitalista. Era uma lei fundamental do sistema que se uma força não pudesse ser assegurada pela dominação econômica você recorreria à guerra.
O imperialismo global hegemônico tem sido conquistado e operado com bastante sucesso desde a Segunda Guerra Mundial. Mas esse tipo de sistema é permanente? É concebível que nele não surjam contradições, no futuro?
Algumas pistas vêm sendo dadas pela China de que esse tipo de dominação econômica não pode avançar indefinidamente. A China não será capaz de seguir financiando isso. As implicações e consequencias para a China já são bastante significantes. Deng Xiaoping uma vez disse que a cor do gato – seja ele capitalista ou socialista – não importa, desde que ele pegue o rato. Mas e se, no lugar da caçada feliz do rato se termine numa horrenda infestação de ratos de desemprego massivo? Isso está acontecendo agora na China. Essas coisas são inerentes nas contradições e antagonismos do sistema capitalista. Portanto, temos de pensar em resolvê-los de uma maneira radicalmente diferente, e a única maneira é uma genuína transformação socialista do sistema.
SR - Não há em parte alguma do mundo econômico desacoplamento dessa situação?
IM- Impossível! A globalização é uma condição necessária do desenvolvimento humano. Desde que o sistema capitalista se tornou claramente visível Marx teorizou isso. Martin Wolf, do Financial Times tem reclamado de que há muitos pequenos, insignificantes estados que causam problemas. Ele argumenta que seria preciso uma "integração jurisdicional", em outras palavras, uma completa integração imperialista – um conceito fantasia. Trata-se de uma expressão das contradições e antagonismos insolúveis da globalização capitalista. A globalização é uma necessidade, mas a forma em que é exequível e sustentável é a de uma globalização socialista, com base nos princípios socialistas da igualdade substantiva.
Ainda que não haja desacoplamento na história do mundo, é concebível que isso não signifique que em toda fase, em todas as partes do mundo, haja uniformidade. Muitas coisas diferentes estão se desenvolvendo na América Latina, em comparação com a Europa, para não mencionar o que eu já assinalei sobre a China, o Sudeste Asiático e o Japão, que está mergulhado em problemas mais profundos.
Vamos pensar no que aconteceu há pouco tempo. Quantos milagres tivemos no período do pós-guerra? O Milagre Alemão, o Milagre Brasileiro, o Milagre Japonês, o Milagre dos cinco Tigres Asiáticos? Engraçado que todos esses milagres tenham se convertido na mais terrível realidade prosaica. O denominador comum de todas essas realidades é oendividamento desastroso e a fraude.
Um dirigente de um fundo hedge foi supostamente envolvido numa farsa envolvendo 50 bilhões de dólares. A General Motors e outras estavam pedindo ao governo norteamericano somente 14 bilhões de dólares. Que modesto! Eles deveriam ter dado 100 bilhões. Se um fundo hedge capitalista pode organizar uma suposta fraude de 50 bilhões, eles devem chegar a todos os fundos possíveis.
Um sistema que opera nesse modo moralmente podre não pode provavelmente sobreviver, porque é incontrolável. As pessoas chegam a admitir que não sabem como isso funciona. A solução não é desesperar-se, mas controlá-lo em nome da responsabilidade social e de uma radical transformação da sociedade.
SR – A tendência inerente do capitalismo é exigir dos trabalhadores o máximo possível, e isso é claramente o que os governos estão tentando fazer na Grã Bretanha e nos EUA.
IM – A única coisa que eles podem fazer é advogar pelos salários dos trabalhadores. A razão principal pela qual o Senado recusou a injetar 14 bilhões de dólares nas três maiores companhias de automóveis é que não puderam obter acordo sobre a drástica redução dos salários. Pense no efeito disso e nos tipos de obrigações que esses trabalhadores têm – por exemplo, repagando pesadas hipotecas. Pedir-lhes que simplesmente passem a receber metade de seus salários geraria outros tipos de problemas na economia – de novo, a contradição. Capital e contradições são inseparáveis. Temos de ir além das manifestações superficiais dessas contradições e de suas raízes. Você consegue manipulá-las aqui e ali, mas elas voltarão como uma vingança. Contradições não podem ser jogadas para debaixo do tapete indefinidamente, porque o carpete, agora, está se tornando uma montanha.
SR – Você estudou com Georg Lukács, um marxista que retomou o período da Revolução Russa e foi além.
IM – Eu trabalhei com Lukács sete anos, antes de deixar a Hungria em 1956 e nos tornamos amigos muito próximos até a sua morte, em 1971. Sempre nos olhamos nos olhos – é por isso que eu queria estudar com ele. Então aconteceu que quando eu cheguei para estudar com ele, ele estava sendo feroz e abertamente atacado, em público. Eu no aguentei aquilo e o defendi, o que levou a todos os tipos de complicações. Logo que deixei a Hungria, fui designado sucessor, na universidade, ensinando estética. A razão pela qual deixei o país foi precisamente porque estava convencido de que o que estava acontecendo era uma variedade de problemas muito fundamentais que o sistema não poderia resolver. Eu tentei formular e examinar esses problemas em meus livros, desde então. Em particular em "A Teoria da Alienação em Marx" e "Para Além do Capital" (*). Lukács costumava dizer, com bastante razão, que sem estratégia não se pode ter tática. Sem uma perspectiva estratégica desses problemas você não pode ter soluções do dia-a-dia. Então eu tentei analisar esses problemas consistentemente, porque eles não podem ser simplesmente tratados no nível de um artigo que apenas relata o que está acontecendo hoje, ainda que haja uma grande tentação de fazê-lo. No lugar disso, deve ser apresentada uma perspectiva histórica. Eu venho publicando desde que meu primeiro ensaio justamente
substancial foi publicado, em 1950, num periódico literário na Hungria e eu tenho trabalhado tanto como posso, desde então. À medida de nossos modestos meios, damos nossa contribuição em direção da mudança. Isso é o que tenho tentado fazer ao longo de toda minha vida.
SR- O que você pensa das possibilidades de mudança neste momento?
IM – Os socialistas são os últimos a minimizar as dificuldades da solução. Os apologistas do capital, sejam eles neokeynesianos ou o que quer que sejam, podem produzir todos os tipos de soluções simplistas. Eu não penso que podemos considerar a crise atual simplesmente da maneira que o fizemos no passado. A crise atual é profunda. O diretor substituto do Banco da Inglaterra admitiu que esta é a maior crise econômica na história da humanidade. Eu apenas acrescentaria que esta não é apenas a maior crise na história humana, mas a maior crise em todos os sentidos. Crises econômicas não podem ser separadas do resto do sistema. A fraude e a dominação do capital e a exploração da classe trabalhadora não podem continuar para sempre. Os produtores não podem ser postos constantemente e para sempre sob controle. Marx argumenta que os capitalistas são simplesmente personificações do capital. Não são agentes livres; estão executando imperativos do sistema. Então, o problema da humanidade não é simplesmente vencer um bando de capitalistas. Pôr simplesmente um tipo de personificação do capital no lugar do outro levaria ao mesmo desastre e cedo ou tarde terminaríamos com a restauração do capitalismo.
Os problemas que a sociedade está enfrentando não surgiram apenas nos últimos anos. Cedo ou tarde isso tem de ser resolvido e não, como o vencedor do Prêmio Nobel deve fantasiar, no interior da estrutura do sistema. A única solução possível é encontrar a reprodução social com base no controle dos produtores. Essa sempre foi a idéia do socialismo. Nós alcançamos os limites históricos da capacidade do capital controlar a sociedade. Eu não quero dizer apenas bancos e instituições financeiras, ainda que eles não possam controlálas, mas o resto. Quando as coisas dão errado ninguém é responsável. De tempos em tempos os políticos dizem: "Eu aceito total responsabilidade", e o que acontece? Eles são glorificados. A única alternativa exequível é a classe trabalhadora, que é a produtora de tudo o que é necessário em nossa vida. Por que eles não deveriam controlar o que produzem? Eu sempre enfatizei em todos os livros que dizer não é relativamente fácil, mas temos de encontrar a dimensão positiva.

István Mészàros é o autor do recentemente publicado "The challenge and burden of Historical Time", "Os Desafios e o Fardo do Tempo Histórico", publicado no Brasil pela Boitempo Editorial, 2007.
(*) Ambos publicados no Brasil pela Boitempo Editorial. Artigo originalmente publicado na Socialist Review
Tradução: Katarina Peixoto